quinta-feira, 21 de agosto de 2008

"Látinha" que ser

Depois do que disse, e após seu longo reinado nas condições ditas "sem poder e sem força", é preciso ter alguma latinha....para querer continuar.
Pequim2008: Vicente Moura aceita continuar no COP se lhe derem "poder e força" 21 de Agosto de 2008, 20:33
** Rui Barbosa Batista, Agência Lusa **
Pequim, 22 Ago (Lusa) -- Vicente Moura inflectiu hoje o discurso e diz que admite continuar a presidir ao Comité Olímpico de Portugal (COP) desde que as federações lhe dêem o "poder e força" para promover as alterações que pretende. "Só ficarei no COP se tiver apoio, não unânime, mas esmagadoramente forte das federações e com poder e força, porque é preciso fazer algumas mudanças essenciais", afirmou, depois de terça-feira ter dito que não se recandidatava. O dirigente diz que tem recebido inúmeras manifestações de apoio para continuar: "Dezenas e dezenas de chamadas e mensagens de telefone, que desliguei há quase 48 horas, uns 200 e-mails, dezenas de chamadas não atendidas, apoios generalizados de toda a gente, pessoas de clubes, que não conheço, etc... sinal que o meu trabalho não foi em vão". "São precisas novas mudanças. Se tiver essa força, então vale a pena arriscar e gastar aqui mais quatro anos da minha vida, que já não vai ser muito longa, pois tenho 70 anos", acrescentou. Vicente Moura deixa o seu futuro na mão das federações -- "elas é que vão ter de falar" -- mas garante que não vai facilitar a vida aos seus críticos: "Há pessoas que dizem mal, as carpideiras profissionais. Mas também não posso agradar a toda a gente. Aqueles a quem não agrado hoje já não agradava há dois, quatro, oito anos... são sempre os mesmos". "Os que estão à espera para carpir e à espera de ter as portas do COP abertas. Mas isso não é comigo, é com as federações. Eu não voto. Vamos ver o futuro", acrescentou. De qualquer forma, o dirigente lembra que as federações têm "toda a abertura" para encontrarem a alternativa que quiserem, prometendo, se assim for, "sair sem amargura". "Acho que provei que as quatro ou cinco medalhas não eram nenhuma utopia, mas possíveis. O Gustavo Lima ficou a um ponto, a Naide [Gomes] provavelmente ganharia uma medalha... não era utopia. Não era ilusão. Não estava a enganar o povo português", desabafou. E, sobre o tema, acrescentou que estará "à disposição para discutir com as federações aquilo que aconteceu" em Pequim. "Tenho muita experiência de Jogos Olímpicos. O mais importante é dizer ao povo português que não estivemos aqui a passear, estivemos a trabalhar e a fazer o nosso melhor", vincou. "Importante é provar que o trabalho que estamos a fazer é positivo. Bastava ter um pouco de sorte e víamos comprovado os resultados desse trabalho. Agora não se pode perder este trabalho, não podemos começar sempre do zero. Em Portugal sai o presidente da federação, do COP e deitam-se foram dossiers e começa-se sempre do zero. Isso não pode acontecer. Comigo ou sem mim o trabalho tem de continuar", sublinhou. Se permanecer no cargo até Londres2012, Vicente Moura quer "profissionalizar o COP, que tem uma estrutura amadora, criar um departamento técnico todo profissional, e que a lógica da formação da Comissão Executiva seja diferente". "Quero implementar um sistema que responsabilize e responda melhor aos problemas no nosso tempo", disse. A terminar, explicou a razão pela qual deu sinais de desistir do projecto que tem encetado e equacionou abandonar o COP: "Desanimei porque a situação não era fácil. Gosto muito da Naide e fiquei muito sensibilizado com o que lhe aconteceu. De certa forma senti isso como um desaire pessoal". RBA. Lusa/fim.

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