sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

O País em ruína

Quando o Estado político e o Governo se autodemitem de suas funções e deveres para com os cidadãos e se colocarem ao serviço dos interesses do grande capital e grupos económicos predadores, o que se pode esperar?
Augusto Mateus foi Ministro de um Governo Socialista?
"03 Dezembro 2010
Nacional Estudo diz que sistema de saúde está em degradação e é insustentável 14h27m O actual sistema de saúde está em degradação e é insustentável, conclui um estudo do Instituto Superior de Economia e Gestão, que recomenda um novo modelo de financiamento que incida nos resultados. "Propomos uma mudança de paradigma: pensar em financiar os cuidados de saúde e não as condições que permitam vir a possibilitar esses cuidados", defendeu o economista Augusto Mateus, coordenador do estudo. Assim, o financiamento do sistema deveria ser feito através da satisfação das necessidades da população e não através das infraestruturas. "O Estado deve querer é que os portugueses tenham acesso a cuidados de saúde e não ter três hospitais separados por 30 quilómetros de distância", exemplificou Augusto Mateus. "Financiando as condições chegámos à insustentabilidade financeira do sistema. Então, talvez valha a pena dar uma oportunidade a financiar os resultados", acrescentou. Para os autores do estudo, ficou demonstrado "que não é possível continuar a assistir à degradação" da sustentabilidade do sistema de saúde. Para inverter esta realidade dizem que é também necessário uma verdadeira articulação entre o público, o privado e o social. "O Estado tem um enorme papel de regulação. Deve ser prestador de cuidados apenas naquilo em que é insubstituível. Se usasse as Misericórdias e os novos investimentos privados em articulação com o sistema público teria muito mais capacidade de sucesso", explicou Augusto Mateus. O economista sugere ainda que é necessário passar a ter orçamentos plurianuais na área da saúde, substituindo as contas anuais. Augusto Mateus lembra contudo que os "erros acumulados ao fim de 20 anos" não se corrigem rapidamente, avisando que é necessária uma perspectiva de médio prazo. Caso o paradigma não seja alterado, os autores do estudo acreditam que a população terá de passar a pagar mais para conseguir continuar a ter acesso aos cuidados de saúde de que hoje dispõe. As propostas do estudo do ISEG não tiveram em conta um sistema de saúde gratuito, reconhece Augusto Mateus, lembrando que actualmente não há gratuitidade no sistema. "Parte-se do princípio de que a saúde é um dos principais compromissos do Estado. Mas obviamente [a saúde] hoje não é gratuita. O que é preciso é que ninguém fique de fora do acesso aos cuidados por não ter recursos financeiros", sustentou."
in Jornal de Notícias

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