domingo, 29 de janeiro de 2012

Sócrates e os boys

Se ele era ou é tão bom por que não ficou na Assembleia da República a defender o País?
Por que fugiu para Paris?

Deputados do PS puxam por Sócrates
Uma reportagem publicada no passado fim-de-semana pelo Expresso sobre a vida privada de José Sócrates em Paris fez disparar as reacções dos que, em Lisboa, o acompanharam mais de perto durante os anos de liderança do PS e do Governo. Nos dias imediatos, foram vários os que saíram em defesa do ex-primeiro-ministro nas redes sociais, alguns mesmo com recados directos à actual liderança – tornando ainda mais visível o descontentamento da linha socrática com a condução política de António José Seguro.
Augusto Santos Silva foi o primeiro a reagir: «Tenho pena, tenho sinceramente pena, do jornalista que se propôs, ou se prestou, ou foi mandado fazer e aceitou fazer este ‘trabalho’» Em apenas um dia, o ex-ministro coleccionou ‘likes’ (gosto) ao comentário.
Mais incisivo ainda, Renato Sampaio – amigo pessoal de Sócrates – mostrou que a alma do antigo líder está viva em Lisboa e que tem quem lute pela sua imagem. «Hoje vi um ataque vil e infame a um amigo. Sinto-me ofendido quando ofendem um amigo que considero», escreveu o deputado socialista, acrescentando que «não é tolerável que se coloque em causa a honorabilidade de alguém que se não conhece ou se lancem insinuações torpes».
Mas não ficou por aqui – e resolveu deixar, na íntegra, o depoimento que fez quando José Sócrates se candidatou pela primeira vez a líder do PS. O recado para Seguro é indirecto («apoio José Sócrates porque o PS terá que se apresentar aos portugueses como uma oposição enérgica e responsável, combativa e determinada»). Mas num comentário a reacções que recebeu, o recado ficou claro. «Sabemos que esta direita tem medo ‘do brilho das luzes’ que vem de Paris! Mas também há um ‘certo PS’ que vive ofuscado e ressabiado ‘com o fantasma de Paris’».
A indignação de Renato Sampaio teve direito a 150 ‘like’ e cerca de 50 comentários. Entre eles, actuais deputados do PS e ex-governantes, de Isabel Santos a Hortense Martins, passando por Maria Manuel Leitão Marques. E a onda prosseguiu – com André Figueiredo (chefe de gabinete de Sócrates no PS) a escrever vários textos lembrando frases do ex-PM, José Lello a irritar-se com um colunista do Público que criticou Sócrates («Por amor de Deus, deixem o homem em paz!»).
Nas hostes socialistas, há mesmo quem já fale do regresso de Sócrates à vida política nacional, até mesmo colocando a hipótese de uma candidatura à liderança lá para 2013. É claro que poucos levam esta tese a sério, mas ninguém ignora os sinais de que o socratismo está bem vivo.

in sapo.pt

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